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Sexualidade e câncer de mama: estratégias para uma vida sexual saudável durante tratamento

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Ressecamento vaginal, indisposição e dificuldade em aceitar o próprio corpo são algumas das condições enfrentadas por pacientes

A sexualidade é uma parte essencial da vida e da identidade de cada pessoa. No entanto, para as mulheres em tratamento oncológico de câncer de mama, questões relacionadas à sexualidade podem se tornar desafios significativos. O ressecamento vaginal, a indisposição e a dificuldade em aceitar o próprio corpo são algumas das condições enfrentadas por essas pacientes.

Durante o tratamento do câncer de mama não existe indicação para que a mulher interrompa sua vida sexual, porém é necessário reconhecer que durante esse processo é natural que as mulheres tenham uma redução da atividade sexual. De acordo com o oncologista clínico do Instituto de Oncologia e Hematologia (INGOH) dr. Leandro Gonçalves, isso acontece devido a fatores relacionados principalmente ao tratamento, a questões hormonais induzidas pela quimioterapia ou hormonioterapia e também situações relacionadas à autoimagem, como redução da autoestima e da libido.

“É preciso lembrar também que o próprio processo terapêutico pode trazer questões físicas como dor, enjoo e diarreia, que muitas vezes fazem com que a paciente tenha uma redução da atividade sexual”, explica o especialista.

Autoestima e dor

O câncer de mama pode afetar a vida sexual das pacientes de maneira multidimensional. Do ponto de vista da imagem, a mulher pode se sentir menos atraente, ter uma redução da autoestima relacionada a queda de cabelo induzida pela quimioterapia e a alteração das mamas após a cirurgia. Questões referentes ao ganho de peso induzidos pelos tratamentos anti-hormonais e aquelas relativas à perda de confiança por conta da ausência de uma das mamas também são pontos mencionados pelas pacientes.

“Além disso, o tratamento pode levar a sintomas de menopausa precoce, incluindo onda de calor, ressecamento vaginal e isso pode causar dor durante a relação sexual”, pontua o oncologista.

Culpa

Apesar de não terem indicação de interromper a vida sexual, muitas pacientes se sentem culpadas por apresentar e sentir libido ou por terem relação sexual durante o tratamento, como se isso não fosse permitido. Segundo o oncologista é importante que elas sejam bem orientadas para amenizar esse sentimento de culpa.

“Apresentar desejo sexual durante o tratamento oncológico faz parte da vida da mulher, isso não pode ser encarado com um sentimento de culpa, pois é algo natural”, ressalta dr. Leandro Gonçalves.

Sexualidade feminina

Além dos tabus que envolvem o tema, é necessário compreender que existe todo um contexto biopsicossocial e cultural quando o assunto é sexualidade feminina. “Para muitas mulheres, naturalmente, já é desafiador falar sobre sua vida sexual, imagina para aquelas que estão em tratamento de câncer de mama?!”, indaga a psicóloga do INGOH, Wanessa Marsal.

É de suma importância que as mulheres em terapia oncológica tenham acesso a informações claras e precisas sobre sexualidade e câncer, bem como o suporte adequado para enfrentar qualquer desafio. Com o acompanhamento apropriado e instrutivo, é possível minimizar os impactos negativos do tratamento na vida sexual e promover uma melhor qualidade de vida para elas.

Nesse contexto, o apoio psicológico é essencial para auxiliar nas questões emocionais e de autoimagem; além da prática de medidas simples, no dia a dia, como o uso de lubrificantes vaginais à base de água, que podem ajudar a aliviar o ressecamento e melhorar a qualidade das relações.

Marsal reforça que existem estratégias que podem ser utilizadas para ajudar as mulheres a lidar com as alterações em sua vida sexual durante o tratamento oncológico. São elas:

  • Aceitação como aspecto fundamental no desenvolvimento saudável da vida sexual;
  • Fortalecimento da comunicação com o(a) parceiro(a) esclarecendo medos, receios e desejos;
  • Busca de outras formas de satisfação sexual;
  • Entendimento das limitações durante esse período;
  • Comunicação assertiva com o médico assistente, pontuando sobre o que o tratamento tem afetado em sua qualidade de vida, inclusive do ponto de vista sexual;
  • Procura por ajuda profissional, como psicólogo, sexólogo entre outros profissionais;
  • Investimento na prática regular de exercícios. Atividades físicas estimulam a produção de endorfinas, ampliando a sensação de bem-estar e melhorando o humor, além de reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia.

O INGOH oferece um acompanhamento integral e especializado para as pacientes em tratamento de câncer de mama, visando não apenas o tratamento da doença, mas também a preservação da qualidade de vida e da saúde sexual. Com uma equipe multidisciplinar, proporcionamos um suporte abrangente, focado no bem-estar físico, emocional e psicológico das pacientes.

Aqui, nós estamos comprometidos em oferecer o melhor atendimento e suporte para cada mulher que enfrenta esse desafio, fazendo com que elas se sintam acolhidas, compreendidas e empoderadas em sua jornada contra o câncer de mama.