Educação continuada na empresa auxilia na proteção de pacientes e colaboradores
A atuação direta do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) tem mostrado bons resultados no combate ao novo Coronavírus no Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH). Na última sexta-feira (24), o setor realizou mais um treinamento para os colaboradores da unidade, com foco na proteção individual e fluxos para atendimento ao paciente, o que consequentemente reflete na qualidade e na segurança do atendimento entregue pelos profissionais às pessoas que frequentam o INGOH.
“Colaboradores que entendem o processo de assistência como um todo e compreendem que sua atuação individual reflete no resultado coletivo é essencial. A partir dessa consciência, conseguimos um ambiente de trabalho seguro e, consequentemente, entregamos um atendimento de qualidade aos nossos pacientes”, pontua a enfermeira coordenadora do SCIRAS, Elia Karolina Gobbi. Essa proximidade constante entre departamento técnico e funcionários de assistência e de áreas administrativas tem gerado resultados positivos e significativos na empresa.
Gobbi relata que o primeiro plano de contingência do INGOH foi publicado no dia 14 de fevereiro, quando também foram iniciados os treinamentos junto à equipe. “Essas medidas contribuíram para que o time do INGOH já estivesse treinado, antes mesmo da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar, em 11 de março, que o mundo vivia uma pandemia provocada pelo novo Coronavírus”, observa a enfermeira.
Além do treinamento contínuo, o INGOH adotou uma série de medidas para contribuir com a segurança dos pacientes que necessitam dos serviços entregues pela unidade. Entre elas, a instituição adquiriu uma plataforma de consulta virtual para atender colaboradores que estão com suspeita e acompanhar a evolução do quadro. Dessa forma, todos os casos são assistidos por um médico do INGOH, via telemedicina, o que garante mais comodidade ao colaborador e um ambiente mais seguro aos pacientes.
Há alguns anos, quando se falava em tecnologia e Inteligência Artificial (IA), muitos imaginavam cenários hollywoodianos, com carros voadores e robôs, que podiam desempenhar atividades domésticas, mas também se rebelarem contra os humanos. O que poucos imaginavam, no entanto, é que, em 2020, a IA teria uma atuação protagonista para salvar a espécie humana de uma pandemia viral, como a Covid-19.
A inovação passou a ser uma das armas de combate ao novo coronavírus, sendo que, em cinco meses, mais de 5,5 milhões de pessoas no mundo foram acometidas, com quase 350 mil óbitos. Com tamanho poder de transmissão, alguns países optaram por investir na produção de algoritmos que pudessem colaborar para diversos setores assistenciais.
Assim como o surgimento do vírus se deu no Oriente, de lá, também, apareceram os primeiros exemplos de automação que deram celeridade ao tratamento e mais proteção ao ser humano. Uma das frentes de atuação que podemos citar ocorreu na própria península de Hubei, epicentro mundial da doença. Lá, imagens de tomografia computadorizada têm sido analisadas por IA para ajudar no diagnóstico inicial da Covid-19. Com leitura convencional, a interpretação do exame leva em torno de 15 minutos; quando automatizada, apenas 10 segundos.
A IA também tem sido utilizada em robôs que ajudam a examinar o paciente com suspeita da doença e a entregar medicamentos para aqueles que já têm diagnóstico concluso. Com o mesmo objetivo de evitar contato direto do ser humano com áreas infectadas, aparelhos autônomos estão sendo usados para limpar o metrô de Hong Kong. No ocidente, nota-se um esforço contínuo para treinar máquinas que possam cruzar experiências bem-sucedidas, em busca do tratamento ideal contra a Covid-19. Suíça e Canadá, por exemplo, têm desenvolvido algoritmos que fazem o diagnóstico desta doença a partir do tipo de tosse apresentada pelo enfermo.
Apesar de ainda termos muito para evoluir, a inovação tem ganhado mais espaço no Brasil, evidenciado pelo surgimento de inúmeras startups com atuação em saúde (HealthTechs), com incentivos de diversos órgãos para elaborar soluções que contribuam para o combate à doença. Diante disso, fica a conclusão de que o desenvolvimento da IA não tem o objetivo de substituir o homem. Trata-se da possibilidade de aumentar o potencial humano, contribuindo para uma inteligência aumentada que promova a simbiose homem-máquina.
Mayler Olombrada – médico cardiologista e gestor de inovação do INGOH
No mundo, 1 a cada 11 pessoas tem diabetes e 50% dos brasileiros não sabem o diagnóstico. Doença mal controlada é prejudicial e agrava quadro de infecção pelo novo Coronavírus
Doenças crônicas descompensadas aumentam o risco de complicações a pacientes que, porventura, adquirirem o novo Coronavírus. “É recomendado que, mesmo compondo o grupo de risco da Covid-19, o paciente continue o tratamento para não apresentar descompensação”, o alerta é da endocrinologista do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH), Marília Zanier. A médica chama a atenção para o fato de que pessoas portadoras de patologias como diabetes e hipertensão não devem faltar às consultas previamente agendadas, para não agravar o quadro clínico já existente.
A profissional ainda vai além. Para ela, “essa é a hora de ter acompanhamento médico, seja pessoalmente ou por plataformas de Telemedicina, principalmente, se a pessoa apresentar alguma patologia metabólica, como a diabetes. Manter as taxas de açúcar sob controle, contribui diretamente para que esse paciente não sofra complicações da Covid-19, caso se infecte com a doença”. Associado ao acompanhamento médico, Zanier alerta para a importância de manter hábitos saudáveis durante a rotina domiciliar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 a cada 11 pessoas no mundo tem diabetes. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que de 2006 a 2016 houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença, passando a atingir quase 10% da população brasileira. Mas um número ainda mais alarmante e divulgado pela pasta é de que 50% dos diabéticos desconhecem o diagnóstico. “Por isso, e principalmente nesse período de pandemia, é essencial que as pessoas façam acompanhamento médico”, reforça a profissional.
Cuidados ao sair de casa
A endocrinologia do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH), Marília Zanier, indica alguns cuidados que o paciente deve observar ao sair de casa. Segundo ela, é essencial que todos os cidadãos atendam à necessidade de usar máscaras, inclusive durante as consultas. “Fomos orientados nos locais onde atendemos para espaçar o horário da agenda, para que o consultório seja desinfetado entre um paciente e outro; temos cadeiras bloqueadas nas salas de espera, para incentivar o distanciamento entre as pessoas; atendemos com as janelas e portas abertas, para que o ar circule no consultório; e higienizamos as mãos e todos os aparelhos que entram em contato com o paciente”, tranquiliza a médica.
Dessa forma, o risco de contágio do novo Coronavírus é reduzido e a saúde do paciente é preservada, contribuindo, inclusive, para não sobrecarregar o sistema de saúde.
Doença crônica pode ser prevenida, mas mata 10 milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, os números também são altos, com média anual superior a 302 mil óbitos. Durante pandemia, estatística de parada cardíaca fora de hospitais subiu 58%.
Em apenas um ano, quase 10 milhões de pessoas no mundo morrem em decorrência da hipertensão. A doença atinge cerca de 4 em cada 10 adultos com mais de 25 anos de idade e é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e são corroborados por estatísticas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). De acordo com a entidade americana, cerca de 1,6 milhões de mortes são causadas por doenças cardiovasculares na região das Américas. Dessas, meio milhão ocorrem em pessoas com menos de 70 anos de idade – contabilizadas como prematuras ou evitáveis.
O cardiologista do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH), Mayler Olombrada, alerta para os dados brasileiros, que também são preocupantes. Ele apontou que, de acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), do Ministério da Saúde, o País contabiliza uma média de 34 mortes por hora, 829 por dia e mais de 302 mil no ano. Após pesquisa realizada nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, foi apontado que 24,7% da população nacional apresenta diagnóstico médico de hipertensão arterial.
Essa taxa, nas Américas, chega a 40%, o que significa que cerca de 250 milhões de pessoas sofrem de pressão arterial elevada, segundo estudo da OPAS.
“Diante disso, o que deve ser alertado à sociedade, no Dia Mundial da Hipertensão, celebrado em 17 de maio, por exemplo, é que a doença pode ser prevenida ou adiada, desde que o indivíduo adote um conjunto de medidas preventivas, entre as quais vale ressaltar a redução do consumo de sal, a necessidade de adotar uma dieta rica em frutas e legumes, além da prática de atividades físicas e a manutenção do peso corporal saudável”, recomenda o médico. Dessa forma, a maioria dos óbitos citados acima poderia ter sido evitada. E, pensando nisso, as Nações Unidas adotaram como objetivo reduzir 25% do índice de hipertensão no mundo e 30% do sódio nas refeições, até 2025.
COVID-19 e Hipertensão
Além dos problemas associados à hipertensão por si só, em 2020, o serviço de saúde tem mais uma preocupação com os pacientes hipertensos, pois eles compõem o grupo de risco para complicações associadas à Covid-19, doença provocada pelo novo Coronavírus. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a mortalidade média da Sars-Cov-2 para a população em geral gira em torno de 3%, índice que sobre para 10,5% em pessoas portadoras de doenças cardiovasculares.
Para confirmar essas estatísticas, os estudos iniciais trabalham com várias hipóteses, pois há suspeitas – ainda não evidenciadas – de que o uso de medicamentos indicados para o controle de doenças cardiovasculares favoreça a disseminação do novo Coronavírus. Por medo dessa situação, pacientes têm deixado de tomar os remédios prescritos e, ao apresentarem mal-estar em casa, não procuram um pronto socorro com receio de contaminação pelo vírus. Isso faz com que aumente as chances de complicações relacionadas à hipertensão, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto.
Mayler Olombrada, cardiologista do INGOH, observa que o periódico The New England Journal of Medicine apresentou, no último mês de abril, um gráfico com o número de paradas cardíacas que aconteceram fora de ambientes hospitalares durante os primeiros 40 dias de surto de Covid-19, na Itália, comparado ao mesmo período de 2019. Esse tipo de diagnóstico, de um ano para o outro, apresentou um aumento de 58%.
Para se ter uma ideia, entre 21 de fevereiro e 31 de março desse ano, foram relatados 9806 casos de gripe pelo novo Coronavírus na região do estudo. Nesse mesmo prazo, 362 paradas cardíacas foram registradas, enquanto, no mesmo intervalo de tempo, em 2019, esse número foi de 229. “É extremamente importante que o paciente cardiopata não pare o tratamento por conta própria. Manter o contato com o médico, inclusive durante esse período crítico, é essencial, seja de forma presencial ou através das plataformas de Telemedicina que já estão disponibilizadas por várias clínicas”, recomenda o médico.