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No Brasil, quase 2 milhões de crianças são obesas

Data celebra meios de conscientização para problema de saúde pública. Mais que estética, obesidade infantil desencadeia problemas cardíacos e má formação óssea

O Dia da Conscientização sobre a Obesidade Infantil é celebrado em 3 de junho. Discussão que tem se mostrado cada vez mais importante, visto que os hábitos adquiridos na infância refletem na vida adulta. Hoje, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 13% das crianças brasileiras são obesas. O número é alarmante, pois corresponde a quase 2 milhões de crianças, entre 5 e 9 anos, que sofrem com a obesidade, fator prejudicial ao organismo por desencadear o aparecimento de doenças como hipertensão e diabetes.

Considerando a importância do tema, a endocrinologista do INGOH, Marília Zanier, concedeu entrevista à TV Anhanguera para alertar a população sobre os malefícios causados pela obesidade infantil. Ela alerta que, na infância, a obesidade deixa de ser apenas um fator estético, que se torna motivo de bullying entre os colegas. “Em processo de desenvolvimento do organismo como um todo, uma criança acima do peso também pode sofrer com problemas cardíacos e até mesmo com a má formação do esqueleto, cujo crescimento se estende até os 18 anos, aproximadamente”, observa.

A médica ainda atenta que a obesidade é um problema grave e de saúde pública, que deve ser tratado com atenção e seriedade, com auxílio médico, inclusive, quando necessário. Isso porque, de acordo com as Diretrizes Brasileiras de Obesidade, a probabilidade de que uma criança obesa permaneça obesa na idade adulta varia de 50%, se antes da puberdade, a 70%, após a puberdade.

De acordo com relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), divulgado em novembro de 2019, a América Latina e o Caribe são as regiões mais afetadas pela obesidade, no mundo. Em termos absolutos, o número de adultos obesos nesses locais marcava 6%, em 1975, o que correspondia a 760 mil pessoas. Esse percentual, no entanto, quadruplicou em 2019, com 6,6 milhões de adultos obesos, o que corresponde a 25% da população daquela ilha.

A entidade revelou ainda que, somente na América Latina e no Caribe, 600 mil pessoas morrem por ano, devido a complicações de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares; todas elas, patologias relacionadas à má alimentação. Segundo o estudo, “a alimentação inadequada está associada com mais mortes do que qualquer outro fator de risco, algo que ameaça nossas gerações futuras, já que a obesidade na infância e na adolescência triplicou entre 1990 e 2016”, aponta a conclusão da pesquisa.

Zanier aponta que, desde o nascimento, a obesidade infantil pode e deve ser prevenida, a partir do estímulo exclusivo do aleitamento materno até os seis meses de vida. Depois disso, a alimentação deve ser complementada conforme orientação pediátrica. No entanto, com o passar dos anos, alguns fatores contribuem diretamente para o aparecimento da obesidade, como hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e consumo de alimentos industrializados, além de fatores genéticos e hormonais.

Para mudar esta realidade, reforça a médica, “é essencial que as crianças sejam estimuladas a consumir frutas, legumes e verduras. Além disso, também precisam ser incentivadas a fazer brincadeiras que exijam movimento corporal e não consumir alimentos ricos em açúcar, sal e gorduras”.

Entrevista veiculada no Bom Dia Goiás do dia 3 de junho de 2020.

Assessoria de Comunicação | INGOH