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Maio Roxo: mês de conscientização sobre doenças inflamatórias intestinais

Patologias não têm cura, mas podem ser controladas com medicamento. Tempo para diagnóstico afeta qualidade do tratamento

Além do Maio Amarelo, já mais difundido entre a população, esse mês também busca conscientizar a sociedade sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), especificamente Doença de Crohn e Retocolite. A primeira, caracteriza-se pela inflamação gastrointestinal que pode acometer todo trato digestivo; enquanto na segunda, a inflamação é exclusivamente no intestino grosso. Em campanha mundial, o Maio Roxo objetiva difundir mais informações sobre essas patologias, afim de que haja mais acesso ao tratamento e, consequentemente, maior qualidade de vida para esses pacientes, cuja estimativa é de que cheguem a 5 milhões no mundo.

Os principais sintomas apresentados pelas pessoas que sofrem com DIIs são dor abdominal associada a diarreia crônica (que dura mais de três semanas), com a presença de sangue, muco ou pus nas fezes. Além do trato gastrointestinal, outras partes do corpo também podem se manifestar com alterações, tais como pele, articulações, fígado e olhos. Emagrecimento, falta de apetite e queda do estado geral também são observados. As informações são da proctologista Belisa Tiegs, que compõe o corpo técnico do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH).

A médica alerta para o fato de que a origem das DIIs ainda é desconhecida pela Ciência. “Sabese que alguns fatores associados levam ao aparecimento, sendo eles questões genéticas, hereditárias ou até uma infecção intestinal prévia pode servir como gatilho, além de alteração da microbiota e fatores alimentares e emocionais”, explica Tiegs. Assim como a causa é fator de investigação de pesquisadores, o diagnóstico também passa longe de ser simples. Em levantamento recente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), após a participação de quase 4 mil voluntários, 41% dos pacientes esperaram mais de um ano para o diagnóstico final, sendo que 20% desses, demoraram mais de três anos.

Em entrevista concedida ao Jornal O HOJE, Tiegs alerta que, além dos fatores físicos, a doença afeta o lado emocional do paciente, tanto que, em pesquisa divulgada pela Universidade Federal de Sergipe (UFSE), em 2018, viu-se que, mais de 50% dos participantes apresentavam sintomas depressivos. Apesar da doença não ter cura, Belisa Tiegs ressalta que é possível controlar as  crises inflamatórias. “Temos várias classes de medicamentos que podem ser utilizados. Via oral, subcutâneo, endovenoso e eles podem ser prescritos de forma associada ou não, de acordo com o nível de irritabilidade apresentada pelo enfermo. Por isso, é essencial o diagnóstico precoce, pois, assim, conseguimos proporcionar maior qualidade de vida para esse paciente”, alerta.

Apesar disso, o estudo desenvolvido pela ABCD mostrou que 12% dos pacientes demoraram mais de três anos para procurar auxílio médico, após o aparecimento dos primeiros sintomas. A justificativa apresentada pelos participantes variou entre meses de negação da doença, menosprezando os sintomas, até a dificuldade de encontrar um especialista que conheça a doença e faça um diagnóstico adequado. Fatos que justificam a importância de disseminar a campanha Maio Roxo entre as várias camadas sociais da população.

Neste vídeo, a médica Belisa Tiegs fala sobre a Campanha e demais características da doença. Confira!

Assessoria de Comunicação | INGOH