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Ingoh é arte por toda parte!

Programa de musicoterapia leva arte para pacientes oncológicos

O câncer e o tratamento oncológico muitas vezes causam sofrimento emocional, como raiva, ansiedade, depressão e incertezas. Pensando nisso, o Ingoh promove ações semanais de musicoterapia para seus pacientes por meio do Programa INGOH é arte por toda parte. A utilização da música e/ou instrumentos musicais é feita pelo musicoterapeuta afim de promover a comunicação, a aprendizagem e a organização física, emocional e social no paciente para melhorar a qualidade de vida durante o tratamento oncológico.

A música é um agente personalizado, pois, muitas vezes o paciente utiliza esse momento para relembrar uma canção que gostava durante a juventude ou que representa a força necessária para continuar o tratamento. Caike Morais, musicoterapeuta, destaca a memória afetiva que a música provoca. “Ao ouvir uma canção que faz parte da sua memória sonora o paciente se sente muito acolhido e se emociona com lembranças que foram boas em seu passado”, conclui.

Para Juliana Ellen, paciente oncológica, a musicoterapia auxilia a tirar o foco da medicação que está sendo aplicada. “A música traz leveza, melhora o dia e ainda distrai enquanto recebo a medicação”, comenta.  O musicoterapeuta, Willian Januário, reforça a importância de iniciativas como essa para o bem estar do paciente. “A gente percebe pelo olhar o momento do encontro com a música. Música é saúde, ela na verdade não muda só o paciente como também o ambiente”, observa.

Na experiência do colaborador a música também exerce melhoria no ambiente do trabalho, estimula o trabalho em equipe e a colaboração, além de ser um momento de descontração que promove a amizade com os pacientes. Para Letícia Montalvão, enfermeira, a musicoterapia é um momento único da semana. “A musicoterapia alivia o ambiente, mostra a importância do paciente na nossa instituição, demostra carinho, amor e acolhimento. Ela acalma o coração, além de melhorar a comunicação do paciente com a equipe”, destaca.

Os benefícios da musicoterapia vão desde a redução de estresse e ansiedade, até mudanças de comportamento no paciente, o que contribui para a aceitação do tratamento e no controle das emoções. “Às vezes a gente chega e o clima está pesado, a pessoa está aborrecida devido ao problema que está enfrentando, mas depois falam que a música mudou o dia deles”, comenta Willian. A experiência do paciente é uma inovação e um diferencial no Ingoh, ações como essa contribuem para que a rotina oncológica se torne mais leve e descontraída.

Texto e Fotos: Jhiwslayne Vieira | INGOH

Confira algumas fotos desse momento:

Câncer de mama metastático – o fim?

Consideramos o câncer de mama como metastático quando as células malignas provenientes da mama formam nódulos (metástases) em outras partes do corpo. As metástases podem ser detectadas ao diagnóstico do tumor na mama (menos comum) ou surgir com o tempo, mesmo após cinco anos, dependendo do subtipo de câncer de mama. Os locais mais comuns de metástases por câncer de mama são os ossos, fígado, pulmões, linfonodos à distância e cérebro. Infelizmente, nesse estágio o câncer de mama não é curável, porém é tratável. Apesar das metástases, muitos pacientes continuam a viver bem por meses ou anos, mantendo boa qualidade de vida.

Os objetivos primários do tratamento do câncer de mama metastático são estender ou prologar a vida através da estabilização ou redução do crescimento dos tumores e aliviar os sintomas causados pela doença. Este tipo de tratamento é chamado paliativo, já que não tem previsão de término porém não significa que o paciente está em fase terminal.

O tipo de tratamento sistêmico para o câncer de mama metastático pode ser quimioterapia, anti-hormonioterapia, terapia-alvo contra o HER-2 ou BRCA ou imunoterapia. O médico oncologista irá avaliar a melhor opção para cada caso conforme a apresentação da doença, estado clínico do paciente, sintomas, positividade ou não dos receptores hormonais e HER 2 pela imunohistoquímica, presença de mutação do gene BRCA e disponibilidade da medicação. Com o tempo, é comum que as células se tornem resistentes ao tratamento instituído e um novo medicamento precisará ser utilizado.
Estudos clínicos com opções promissoras de tratamento são frequentemente disponíveis em grandes centros e são assim boa uma oportunidade de acesso a novos medicamentos.

O diagnóstico de um câncer de mama metastático é na maioria das vezes um choque para o paciente, amigos e familiares. Faz parte do processo tornar-se informado sobre a real situação da doença e todas as opções de tratamento disponíveis. O progresso da ciência traz a cada dia mais novidades e esperanças em um cenário que antes já foi desolador, uma sentença. Hoje o câncer de mama metastático se assemelha mais à uma condição crônica, uma longa e instigante jornada.

Texto publicado no site A Redação, em 3 de outubro de 2020.

Leandro Gonçalves Oliveira é oncologista clínico do Serviço de Oncologia Mamária do
INGOH