Novembro Azul: mês de prevenção ao câncer de próstata – Campanha conscientiza sobre neoplasia e luta contra o preconceito. Doença deve matar mais de 16 mil brasileiros, em 2020, segundo INCA
O penúltimo mês do ano traz consigo a Campanha Novembro Azul, cujo objetivo principal é levar conscientização às pessoas, em especial aos homens, sobre sintomas, tratamentos e prevenção do câncer de próstata. Quando a doença é diagnosticada no início, os médicos trabalham com prognóstico de cura superior aos 95%, no entanto, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 16 mil homens brasileiros devem perder a vida em decorrência dessa neoplasia, em 2020.
As informações são do urologista do Instituo Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH), Leandro Ferro – membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia; das Associações Americana e Europeia de Urologia e da Confederação Americana de Urologia. O médico alerta que “o ideal é procurar acompanhamento sem sintomas para que a equipe consiga oferecer um tratamento curativo, e não apenas dar qualidade de vida para o paciente, quando a doença já está em um estágio incurável”.
Ferro pondera que a doença não apresenta sintomas em seu estágio inicial e que este seria o melhor momento para se realizar o diagnóstico e o planejamento de tratamento dos pacientes com intenção curativa. A presença de sintomas urinários pode estar associada a doença já em estágio avançado inviabilizando o tratamento com intenção de cura.
Além disto, outras doenças que acometem a próstata podem levar também a sintomas urinários como a dificuldade e/ou necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite; dor ao urinar, sangramento etc. “Alguns sinais, no entanto, são semelhantes e, por isso, podem ser confundidos com o crescimento benigno da próstata. Então, é essencial o acompanhamento com um urologista para diagnóstico correto”, observa o médico.
O câncer de próstata é o tumor mais frequente (excluindo os tumores de pele) e, apesar de ter um crescimento lento, é o segundo que mais mata os homens brasileiros, ficando atrás, apenas, do câncer de pulmão. “Existem muitos fatores arrolados a essa estatística, mas podemos afirmar que o fato de os homens não procurarem auxílio médico e não frequentarem consultas com urologistas estão entre as principais causas de diagnóstico tardio. Por outro lado, observamos que o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de próstata podem salvar vidas”, aponta Ferro.
O médico ressalta ainda que a investigação ao câncer de próstata soma exames laboratoriais e clínico, como o PSA (avaliação de taxa sanguínea de antígeno específico da próstata) e toque retal – responsável por grande parte do tabu em torno desse assunto. “Assim como a mulher faz o Papanicolau e examina as mamas, quando vai ao ginecologista, o homem também passa por exames físicos. Mas, claro, os benefícios de se fazer o toque retal são explicados, mas ele só é feito se houver consentimento do paciente”, conta.
“Em pleno século XXI, ainda perdemos vida para o preconceito – o que não deveria acontecer. O diagnóstico do câncer de próstata não representa o fim da linha para estes homens, mas sim uma oportunidade para que se tratem da forma mais adequada e possam seguir em frente“, pondera Ferro. Portanto, durante a Campanha Novembro Azul, “atuamos, também, para levar conscientização à sociedade e, assim, combatermos a desinformação acerca desse assunto”, conclui.
Veja também: Novembro Azul e o Câncer de Próstata: a importância da detecção precoce
Assessoria de imprensa | INGOH