Mitos e verdades em torno do câncer de mama

Doença deve atingir cerca de 66 mil brasileiros, em 2020, e muitas crendices disseminadas entre a população não tratam da verdade. Combater desinformação também é uma forma de prevenção

Desodorante causa câncer de mama e graviola cura a doença. Estamos no mês destinado à Campanha Outubro Rosa, ação que tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a neoplasia, que deve atingir mais de 66 mil brasileiros, em 2020, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Nesse sentido, tão importante quanto falar de prevenção, é combater a desinformação em torno do assunto, pois a informação correta é uma arma contra o câncer. Então, podemos começar por aqui: desodorante não causa câncer de mama, nem graviola cura a doença!

As informações são do mastologista Alexandre Marchiori, membro do corpo clínico do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) e atual vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás (SBM-GO). O médico também enfatiza a importância de adotar medidas de prevenção e disseminar informações corretas, a fim de ajudar que mais pessoas tenham acesso a diagnóstico precoce, fator decisivo para o sucesso do tratamento.

“Para isso, é essencial que a população tenha acesso a informações corretas e, assim, consiga discernir o que é verdade ou não, dentro do contexto câncer de mama”, salienta Marchiori. O mastologista revela alguns mitos comuns que os pacientes levam para dentro do consultório. Além dos citados no início do texto, o vice-presidente relata que as pessoas têm medo de que a biópsia espalhe o câncer, o que não é verdade, e que a mamografia cause neoplasia de tireoide, o que pode ser evitado, garante.

“Todo nódulo é câncer, todo caroço precisa ser retirado com cirurgia, todo câncer deve ser operado; todo mundo diagnosticado com câncer vai fazer quimioterapia; só tem câncer de mama quem já apresentou algum caso na família. Todos esses são mitos que precisamos esclarecer diariamente, nos consultórios”, observa Marchiori. Apesar de várias informações não  corretas que circulam entre os populares, o mastologista alerta para um fato que deve ser amplamente disseminado: se achar tem como tratar e se tratar, tem chance de curar! “Então, é essencial manter acompanhamento médico e fazer exames de rotina”, finaliza o médico.

Assessoria de Imprensa | INGOH

 

 

Alternativas para suporte na luta contra o câncer de mama

Doença pode mudar aparência física com queda de cabelos, mas touca inglesa aumenta as chances de manutenção dos fios e melhora autoestima das pacientes

Todas as etapas da luta contra o câncer de mama são difíceis para as pacientes. O diagnóstico, já carregado de medo e incerteza; o tratamento com efeitos colaterais, por vezes inevitáveis; e também o questionamento de terceiros a cada mudança física apresentada. Tudo isso mesclado ao receio de o plano terapêutico não surgir efeito ou ter de enfrentar isso tudo novamente, caso o câncer apresente recidiva. Por isso, todo suporte disponível para reduzir os efeitos do tratamento sistêmico e melhorar a qualidade de vida do paciente com câncer é bem-vindo.

“A quimioterapia prescrita contra o câncer de mama, muitas vezes, faz com que o paciente sofra queda dos cabelos, ou alopecia, normalmente cerca de 14 dias após o primeiro ciclo. Apesar de transitória, trata-se do efeito colateral mais temido pelas mulheres. Então, se pudermos oferecer opções para tentar evitar a alopecia, seria um estímulo para o paciente enfrentar o tratamento com mais otimismo e qualidade de vida ”, observa o oncologista clínico do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH), Leandro Gonçalves.

A alopecia citada pelo médico é a queda de cabelos ocasionada por medicamentos quimioterápicos. Para combater esse efeito colateral, algumas mulheres optam por usar a touca inglesa, que ganhou fama nacional ao ser utilizada pela atriz e apresentadora Ana Furtado, durante sua luta contra o câncer de mama. A crioterapia capilar evita ou reduz a queda de cabelo induzida pela quimioterapia devido ao resfriamento do couro cabeludo, que diminui o fluxo de sangue na região e, consequentemente, a quantidade de droga absorvida pelas células foliculares – responsáveis pela divisão celular dos cabelos.

Vanessa César, psicóloga que enfrentou o tratamento contra o câncer de mama no INGOH, optou por usar a touca inglesa. “A vaidade não é supérflua, pois ela reflete de forma direta na autoestima de qualquer pessoa. Com a manutenção dos meus cabelos, consegui focar no meu tratamento e dividir essa luta apenas com as pessoas que eu escolhi, pois evitei a exposição de uma condição de doente”, relata a profissional.

Leandro Gonçalves alerta que as indicações para uso da crioterapia precisam ser discutidas caso a caso com o médico assistente, assim como as chances de preservação dos cabelos, conforme o esquema de quimioterapia utilizado.

Assessoria de Imprensa | INGOH